Não dão tempo aos estudantes para aprender factos, pois preocupam-se demasiado em raciocinar sobre eles...
A pedagogia romântica pretende saltar etapas e concentrar-se naquela que é menos controlável e, por isso, de avaliação pedagógica mais difícil. A única preocupação é a da aprendizagem aplicada. Ainda o aluno não percebeu a fórmula da proporcionalidade directa e já lhe perguntam «será que os impostos proporcionais são justos?» O pobre estudante não percebeu ainda a semelhança entre o exemplo da compra de batatas e o da distância percorrida pelo automóvel e já gostariam de lhe pedir um ensaio escrito sobre as suas «experiências matemáticas significativas».
Mais uma vez, centrando tudo na compreensão aplicada, descurando e desprezando a formação de base, subordinando tudo a metas grandiosas incontroláveis, os teóricos eduqueses deixam os alunos a navegar num mar de indefinições. Parafraseando um humorista, não dão tempo aos estudantes para aprender factos, pois ocupam-nos demasiado em raciocinar sobre eles...
Como resultado, os alunos não assimilam padrões de raciocínio, não têm tempo para estabelecer analogias nem deduzir regras lógicas de aplicação mais geral. A capacidade de resolução de problemas nunca se faz com problemas dispersos e diversos, sem paralelos que levem a perceber o esqueleto dos métodos de ataque e de resolução. O raciocínio de aplicação mais geral desenvolve-se através do treino de casos concretos que apresentam características comuns.
Saltando etapas e apresentando aos alunos problemas onde estes não vêem qualquer padrão de abordagem, mas apenas um emaranhado de caminhos, não é possível desenvolver o raciocínio.
Os estudantes refugiam-se então naquilo que lhes parece mais seguro: memorizar algumas regras e rotinas. Com o combate cego à memorização e à mecanização produz-se precisamente o contrário do que se diz pretender.
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