«Não basta passar e ter boas notas, é preciso saber»O ex-ministro da Educação Marçal Grilo considera que as grandes medidas não resolvem o problema do insucesso escolar, defendendo uma solução no seio da escola.
«Sou pouco atreito às grandes medidas para resolver o problema do insucesso escolar», disse Marçal Grilo.
o administrador da Fundação Gulbenkian criticou, igualmente, quem defende o estudo como actividade «meio lúdica». «Tenho uma ideia um bocadinho diferente», ironizou.
«O estudo tem de ser entendido como trabalho, esforço, disciplina e, às vezes, sacrifício. Se não for assim, vai mal», observou Marçal Grilo.
Manifestou-se, por outro lado, em desacordo com a teoria do aluno que «faz o seu próprio caminho», frisando que essa corrente tenta levar o jardim-de-infância «para a entrada da pré-adolescência, quase como um acto de amor maternal».
Contrapôs que os professores «têm de ser vistos como referência» e aos estudantes exigido que saibam as matérias. «Não basta passar e ter boas notas, é preciso saber», defendeu.
Ainda a esse propósito argumentou que o professor «não é um mediador», antes a referência «profissional, cultural e moral».
«Não podemos ter crianças a discutir se o Sol gira à volta da Terra, porque o vêem nascer dum lado e pôr-se no outro. Temos de dizer que a Terra é que gira à volta do sol, que é o contrário daquilo que pensam», ilustrou.
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